quarta-feira, 5 de setembro de 2007

nada tão profissional...



É muito bizarro, mas acho que desde que criei o blog só escrevo coisas sérias, sobre algum assunto ligado à minha vida profissional, e isso nada mais é do que um certo complexo de culpa por não viver "profissionalmente". Nem mesmo minha produção é profissional, e um exemplo disso é que agora a pouco eu estava a filmar pipas no céu de fim de tarde.
Também percebi, que em conversas com amigos, quase sempre falamos sobre assuntos profissionais. Algo tipo: "e aÊ? tá trabalhando? já se formou?" Não sei se é por não gostar de responder negativamente às duas perguntas, mas eu gostaria muito mais de ouvir perguntas como: "como você está? o que tem feito?" Para essas últimas, com certeza eu teria muito a dizer.
Ontem à noite, quando pensava ao invés de dormir, cheguei a conclusão que não tem nada a ver ficar com esse "complexo de culpa", pois cada um vive a vida à sua maneira, seja profissionalmente ou não. Mas, talvez se as pessoas se relacionassem de uma maneira menos profissional, as conversas seriam mais divertidas e interessantes.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Filosofia doméstica

Já fui daquelas que abomina o trabalho doméstico e acredita que este seja um trabalho inferior aos outros. Foi com meu orientador do trabalho de graduação que comecei a estabelecer analogias entre o ato de preparar uma refeição e o ato de projetar (o trabalho d@ designer, que no caso, era eu). Tentarei ilustrar resumidamente as semelhanças entre os dois processos:

Briefing (O que será feito?)
Um telefone.
Uma macarronada.

Levantamento de dados
O que é uma macarronada? Como ela é? Quem vai comer? Como são essas pessoas? (vegetarianas?gostam de pimenta? são alérgicas? estão de regime?) Quais os ingredientes na cozinha? Posso comprá-los? Quanto dinheiro eu tenho para isso? Tenho liquidificador? Microondas? Panelas? Fogão?


Definição de requisitos
Tem que custar até tanto, será para tal público que age assim e gosta disso...

Geração de alternativas
Pensar (buscar) vários tipos de macarronada (ao sugo, molho branco...)

Seleção de alternativas
Qual receita é melhor para os requisitos?

Desenvolvimento
Preparar a macarronada, com base na receita e preferência dos "usuários"

Provar a macarronada

Colocar um pouco mais de sal

E...

Voilà!

Mas o que eu queria dizer realmente com isso?
Bom, a parte de cima é pra ter a desculpa que desde que entreguei o trabalho de graduação há quase um ano eu só tenho cuidado de afazeres domésticos.
Mas com isso, aprendi a valorizar esse tipo de trabalho e observar o quanto essa atividade é desvalorizada (assim como as pessoas que o fazem).

Entre outros atributos do trabalho doméstico eu destaco:
- gerenciamento das tarefas: cozinhar o arroz enquanto descasco os legumes e esquento água para cozinhá-los
- gerenciamento do tempo: fazer tudo no tempo correto para quando as pessoas se servirem esteja tudo quentinho
- organização: deixar a cozinha limpa e organizada enquanto prepara a refeição
- otimização de processos: re-utilizar a água de cozimento de uma coisa para cozinhar a outra.
- criatividade: com os mesmos ingredientes pode se fazer inúmeras receitas
- concentração: se concentrar no que se está fazendo e não deixar as coisas queimarem ou exagerar nos temperos.
- diversão: sim, é divertido, ainda mais quando se tem a companhia de música e uma taça de vinho (ou cerveja)
- meditação: trabalho doméstico faz bem pra mente, é um momento em que estamos sozinhos e concentrados numa atividade sem muitos conflitos ou empecilhos, a diarista daqui de casa chega a entoar um mantra enquanto faz a limpeza ou lava a louça (é sério!)

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Frase do dia:

(encontrada num pedaço de papel...)

Cada um vê o que conhece

Graças ao Google descobri que ela foi dita por Bruno Munari(1).

E com ela, vieram de brinde umas outras citações:

Percepção não é simplesmente o ato de ver. É a combinação de informações avaliadas através de nossos sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato) com conhecimento armazenado na memória. O processo de percepção está relacionando novas com antigas experiências e expectativas.

Essa, do Theo Mandel(2).


A forma de um objeto que vemos, contudo, não depende apenas de sua projeção retiniana num dado momento. Estritamente falando, a imagem é determinada pela totalidade das experiências visuais que tivemos com aquele objeto ou com aquele tipo de objeto durante a nossa vida (p. 40). [...] Toda experiência visual é inserida num contexto de espaço e tempo. [...] O que uma pessoa vê agora, segundo nos disseram, é somente o resultado do que viu no passado.
E essa do Rudolf Arnheim(3).

E por aí vai...

(1)MUNARI, Bruno. Design e comunicação visual: contribuição para uma metodologia didática. Trad. Daniel Santana. São Paulo: Martins Fontes, 1997. p.10
(2)MANDEL, Theo. The elements of user interface design. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1997. p.38
(3)ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. 4ª ed. Trad. Yvone T. de Fari a. São Paulo: Pioneira, 1986. pgs.40 e 41

terça-feira, 3 de julho de 2007

Na estrada...

Fotografias em movimento.

1. Os meninos sentaram-se nas caixas de engraxate para jogar playstation 2 em frente à loja de eletrônicos. Ao fundo, a moça do balcão navegava no orkut.

2. As moças dobravam cobertores coloridos com uma sincronia perfeita. Ao fundo, homens riam do carro que anunciava com o megafone em uma voz engraçada.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

escape

v. run away, flee; leak out; find shelter, find protection



Mas do que eu fujo, isso não tem no dicionário!

terça-feira, 26 de junho de 2007

Saudades do verão...

Vídeo experimental [amador] de minha autoria - verão 2006 -

rabiscos de uma ilha...

domingo, 24 de junho de 2007

quase sonho...

"uma caneta* e um papel, é tudo o que precisava nesse momento para registrar esse fluxo de pensamentos malucos de um dia que poderia ser de ressaca. fora a grande sede, que me fez sonhar que tomava algumas canecas de cerveja, ainda não senti qualquer outro efeito do vinho bebido na noite passada. também não entendi o fato de acordar numa hora dessas (7:00) e perder completamente um sono que foi dormido por apenas cinco horas. paro uns segundos e olho para esse retângulo branco, e admiro a beleza das palavras cinzas que crescem à medida que contam coisas inúteis numa manhã boba de quarta-feira."

*não era uma caneta, mas uma lapiseira.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

para o mundo...

Já ouvi algumas vezes aquela frase de que se "cria os filhos para o mundo".
Sobre filhos eu não sei, mas como tenho uma relação semelhante com os meus projetos acho bem interessante pensar assim. Mas é difícil!

Quando produzimos algo, seja na academia, no atelier, nas entranhas de nossas mentes, esse algo tem mesmo é que ir pro mundo! Quanto mais olhares, e pessoas julgarem, questionarem, odiarem, amarem, mastigarem... melhor! É a partir desse momento que as coisas começam a fazer (e ser) sentido. Agora, elas existem, e provam se são boas ou não, sem falar nas inúmeras contribuições espontâneas e gratuitas que vêm junto das críticas, observações e elogios.

Talvez essa seja uma das funções dos blogs, jogar essa filharada no mundo, só pra ver no que dá!

quarta-feira, 30 de maio de 2007

por que mesmo criei o blog?

Porque escrever minha opinião é impor, à mim e aos possíveis leitores, certas besteiras sem fundamento. Mas o subtítulo ainda me permite esse luxo, já que fala em "imprimir" certas sensações e reações. São elas, impressões, sensações e reações que duram milésimos de segundos ou horas de insônia, que vão se sobrepondo até o momento que resolvo desenterrá-las e guardá-las nesse endereço virtual que é do mundo, e de todo mundo.

Porque não?? Seria uma forma de deixar de ser tão egoísta, e dividir uns sentimentos. Ou uma forma de ser egoísta, como aqueles que se apegam aos objetos pessoais, colecionando coisas que poderiam ser doadas, jogadas fora, ou apagadas pela memória.

Talvez ele não dure uma semana, talvez alguns minutos, talvez ele seja só mais uma dessas impressões, sensações e reações...